Monday, September 7, 2009

Mariannita Luzzati na Fundação Iberê Camargo


Com abertura marcada para 10 de setembro, às 19h, a exposição Dentro do traço, mesmo apresenta boa parte do acervo de arte contemporânea da Fundação Iberê Camargo, gerado a partir do Programa Artista Convidado do Ateliê de Gravura. Com curadoria de Teixeira Coelho, pretende mostrar que propostas que antes pareciam caber apenas em outros meios agora encontram também espaço na gravura.

Desde 1999, o Ateliê de Gravura da Fundação recebe artistas de diferentes procedências e linguagens para experimentar seus trabalhos na técnica – nem sempre familiar a todos. A prensa alemã utilizada, bem como a maior parte dos objetos de trabalho, pertenceram a Iberê Camargo, seguindo a proposta de manter o espaço do artista vivo e dinâmico – e é desta iniciativa que vem a exposição Dentro do traço, mesmo. “O potencial de renovação da gravura, com essa prática, é largo. E o de revisitação do próprio trabalho e das próprias opções, por parte do artista, não menor”, afirma o curador, Teixeira Coelho.

Assim, a mostra apresenta obras feitas ao longo do Programa, assinadas por artistas de destaque do país e do exterior, como Regina Silveira, Amílcar de Castro, Daniel Senise, José Rezende, León Ferrari,Mariannita Luzzati,Nelson Leirner, Jorge Macchi e Álvaro Siza – arquiteto responsável pelo projeto da sede da instituição. Sua organização se dá sobre dois eixos: o de uma arte em negro e o de uma gravura que sai em busca da cor.
A partir do preto, tão presente na gravura, uma arte em negro é o que se coloca nesta exposição, em diferentes registros. Assim, sobressaem-se o uso do vazio, a ocupação do espaço do papel e o gesto pedido pelo traço.

Muito do que está na gravura em negro se repete também na busca pela cor – mas outro tanto se modifica. Surge aí a natureza painterly ("tintesca") ou pictórica destas gravuras e suas implicações.

Assim, permitindo ao público o contato mais próximo possível com as obras, Dentro do traço, mesmo tem uma intenção maior: “ser fiel, como possível, à tendência de Iberê de ‘não emitir conceitos, não propor definições’". Ver a gravura como um modo de pensar e sugerir uma dança livre a seu redor parece a resposta adequada à idéia do Programa”, destaca o curador.

A exposição fica em cartaz até 29 de novembro, de terça a domingo, das 12h às 19h, e nas quintas até as 21h. A Fundação Iberê Camargo fica na Av. Padre Cacique, 2.000, em Porto Alegre. A entrada é franca.

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